quinta-feira, 11 de maio de 2017

Noite (simbolista)

Permaneci acordado
Enquanto a noite caía.
Tal qual caixão, soterrado
Em profunda terra fria.

Escuridão e eu só
Inerte, vagando a eternidade...
Tornando-me pó
Entre o Nada e sua imensidade.

E ainda assim, no escuro,
Entre vermes e lodo,
Havia poesia.
Que de furo em furo
Invadia e consumia eu todo
Na noite que caía.

E dos buracos de mim mesmo
Nascia flores e vida, a esmo.

E eu girava pela eternidade
Entre o Tudo e o Nada e sua intensidade.

Eu raiz de tudo, agora espalhado
Na noite que caía
Integrava-me ao mundo, feliz e calado...
E entre os sussurros da poesia
Tudo morria e renascia, mais forte
Dentro da noite fria.

                                        (novembro/2016)

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Sabedoria (atemporal)

Reitero que sei
Somente que nada sei
Séculos depois...
                         (Haicai IX)