segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Teu olhar

Sol castanho, vem!
Ilumina todo eu:
fora e dentro e além.

            (Haicai VIII, 28/10/2016)

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Um novo mundo. Um Mundo Paralelo

A recente publicação em quadrinhos Mundo Paralelo - aventura e ficção surge para dar novas esperanças aos entusiastas do quadrinho nacional. De estilos variados e temática centrada na ficção científica e fantasia, a HQ faz jus ao usar os adjetivos "insólito" e "fantástico" em sua (extraordinária) capa, dada a qualidade da obra.



Editada por Walter Klattu, e com colaboração de Edson Simão Jr., Ilma de Moraes e Rogério Rocha, Mundo Paralelo conta com treze histórias curtas - todas em preto e branco, belamente ilustradas e com boas narrativas - ao longo das suas cerca de 150 páginas.

Seu tamanho grande contribui para o forte impacto visual causado por bons desenhos, além de aumentar a expressividade de algumas histórias, como é o caso de Obuz, de Eduardo Cardenas e Walter Klattu, e Arena, de Fábio Cobiaco e Klattu, por exemplo.

Ao preço de 8,00 reais, o quadrinho surge rompendo o paradigma de que boa qualidade está atrelada a um alto valor, já que é possível, em Mundo Paralelo, encontrar um bom resultado tanto na forma e acabamento quanto no conteúdo das narrativas.

Diante de tantas histórias presentes na obra, há, obviamente, as mais e as menos interessantes, a depender do tipo de leitor atingido por elas - o que, por ser variadas as narrativas ali contidas, variados também serão seus leitores (espera-se!). Destaca-se, aqui, a joia Macarius, com roteiro de Nando Alves e desenhos de Júlio Brilha; Obuz, de Klattu e Cardenas - roteiro e arte, respectivamente  -; a insólita e intrigante Loop, de Caio Majado (arte) e Stefano Robert (texto); a dinâmica e visual Arena, com texto de Klattu e desenhos de Cobiaco; e as fantásticas Muru (Sam Hart desenhos e Klattu roteiro) e Urian - com a fabulosa arte de Mozart Couto e a boa escrita de Rose Mário, encerrando a revista.

Mundo Paralelo - aventura e ficção é, por fim, um gibi que vem para preencher o espaço deixado pelas revistas Vertigo, Dark Horse Apresenta e Juiz Dredd Megazine, não mais publicadas, e nos transporta à época da incrível Heavy Metal e Aventura e ficção, esta última da editora Abril. É, portanto, uma porta de entrada para o novo mundo do que há de melhor nas narrativas gráficas do Brasil. Vida longa à promissora publicação.