Permaneci acordado
Enquanto a noite caía.
Tal qual caixão, soterrado
Em profunda terra fria.
Escuridão e eu só
Inerte, vagando a eternidade...
Tornando-me pó
Entre o Nada e sua imensidade.
E ainda assim, no escuro,
Entre vermes e lodo,
Havia poesia.
Que de furo em furo
Invadia e consumia eu todo
Na noite que caía.
E dos buracos de mim mesmo
Nascia flores e vida, a esmo.
E eu girava pela eternidade
Entre o Tudo e o Nada e sua intensidade.
Eu raiz de tudo, agora espalhado
Na noite que caía
Integrava-me ao mundo, feliz e calado...
E entre os sussurros da poesia
Tudo morria e renascia, mais forte
Dentro da noite fria.
(novembro/2016)
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