O mundo assemelha-se a um robô das produções oriundas da ficção científica. Um autômato distópico construído há milhares de anos que, com o passar destes, desenvolveu-se mais e mais, aprimorando-se dia a dia até atingir uma inteligência única, superior, artificial e, muitas vezes, maligna. E agora nós, pobres seres humanos, somos peças dessa gigantesca máquina com vida e vontade próprias.
E ele vai, naturalmente, nos envolvendo, nos assimilando em sua estrutura sinistra. Vai estraçalhando nossos eus com suas vorazes e doentias engrenagens... Nos compelindo a encaixarmo-nos em suas juntas férreas, enfumaçadas e sujas de óleo, à medida que avança desenfreadamente sobre a gente, como um rolo compressor incansável e indestrutível.
Tudo num absurdo só. Artificialidades transformadas em coisas naturais, impossíveis de serem alteradas por esses simples chips que somos nós. E comprimidos, espremidos nessa imensa máquina autocontrolada, oprimidos por tudo quanto é lado, somos condenados a viver, sob seja lá quais desígnios a nós reservados por esse estranho mundo. Aprendendo e assimilando fatos insólitos, absurdos diários, como naturalidades.
Nenhum comentário:
Postar um comentário