quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Desigualdade mundial (repetição absurda)

Século XXI:
2016.
99 por cento
de toda a riqueza do mundo
está nas mãos
de 1%
da população do planeta!

Vinte e um séculos de história:
Dois mil e dezesseis.
99%
de todo o dinheiro do mundo
concentra-se nas mãos
cofres bancos conglomerados industriais mansões
pequenas ilhas...
de 1% das pessoas da Terra!

2016 anos
de riqueza
(concentrada)
na posse de 1%
dos homens.
E a humanidade?

Dois mil e dezesseis anos.
Sete bilhões sobre o Globo.
E 1% dos seres (humanos?)
detém (!)
NOVENTA E NOVE %
de TODA
a riqueza do mundo!

99%
de toda a riqueza
DO MUNDO
está nas mãos
de UM %
da população do planeta!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

H. P. Lovecraft



Howard Phillips Lovecraft (1890 — 1937). Este escritor é, sem sombra de dúvidas, um gênio da literatura de horror - e das Letras em geral. Afirmo isso baseando-me na recente leitura de duas obras que dão mostras da sua genialidade: A tumba e outras histórias e O cão de caça e outras histórias - esta última uma adaptação em quadrinhos de contos do autor.

O livro A tumba e outras histórias, publicado pela editora L&PM, é ideal tanto para quem já conhece Lovecraft, quanto para quem quer conhecê-lo. Isto porque, ao longo das suas pouco mais de duzentas páginas, pode-se encontrar três fases do escritor: uma apresentando-o com um estilo já consolidado, contendo os contos A tumba, O festival, Aprisionado com os Faraós, Ele, O horror em Red Hook, A estranha casa que pairava na névoa, Entre as paredes de Eryx e O clérigo diabólico; outra mostrando algumas de suas primeiras narrativas - tais como A fera na caverna (escrita aos quinze anos de idade) -, O alquimista, Poesia e os deuses, A rua e A transição de Juan Romero; e ainda mais outra, revelando alguns esboços  que poderiam vir a se tornar, futuramente, novos contos.


Quando se diz, aqui, sobre um estilo consolidado, refere-se às marcas linguísticas e temáticas encontradas na obra do escritor após 1920. Assim, pode-se ressaltar o requinte e rebuscamento da linguagem utilizada, as descrições pormenorizadas, o simbolismo fantástico contido nas narrativas, a narração em primeira pessoa, o horror psicológico das personagens e, principalmente, o medo evocado pelo incognoscível e misterioso deus Universo - visto que é nas vastidões do cosmo, entre as suas trevas inescrutáveis, que se concentra a fonte do terror de Lovecraft e de todos os homens: o Desconhecido.

A figurativização disso tudo aparece em O cão de caça e outras histórias, do mangaka (ou quadrinhista) Gou Tanabe, cuja arte casa-se perfeitamente com o estilo de Howard Phillips Lovecraft. O volume é de uma riqueza gráfica impressionante, que revela a morbidez, o horror, a atmosfera depressiva e lânguida, além de cenários decadentes, antigos e lúgubres que encerram personagens soturnos e fantásticos num turbilhão de irracionalidade e medo, divididos entre a vontade de penetrar o desconhecido e o temor de se defrontar com o que houver entre as trevas. Tudo isso num traço firme e detalhista, alicerçado num branco e preto muito bem trabalhado.



O volume, publicado pela editora JBC, é muito bem acabado e apresenta, além de O cão de caça, a adaptação de O templo e A cidade sem nome - os três contos datados da primeira metade da década de 20. As ilustrações de Tanabe suprem, perfeitamente, as descrições de Lovecraft, mantendo o clima pavoroso, denso e insano do escritor - fazendo da edição algo imperdível para quem aprecia a obra lovecraftiana.

Nascido nos Estados Unidos (Providence - Rhode Island) em meados do século XIX, H. P. Lovecraft ampliou a literatura de horror psicológico iniciada por Edgar Alan Poe. Com seu estilo romântico-simbolista, denso, lírico e fantástico, deixou uma obra vasta e rica, que flerta com o incognoscível, com o cósmico e com o eterno medo do homem em face ao que escapa-lhe à razão, arrastando-o para as trevas de seus terrores mais íntimos e assustadores. Esse elemento é o fundamento da sua produção literária e, ao longo do tempo, veio a ser a base criativa de uma infinidade de escritores sob sua influência, tais com Robert E. Howard (seu amigo), Alan Moore, Stephen King, Gou Tanabe e outros. Falecido em 1937, Howard Phillips Lovecraft mantém-se presente e atual por meio dessas duas preciosas obras geniais, ótimas para penetrar nas profundezas da imaginação do escritor.


P. S.: Fotografia de Lovecraft retirada das imagens do Google.